GRUTA DO LAGO AZUL E BURACO DAS ARARAS: PORQUE NEM TUDO DE BONITO ESTÁ SÓ NA ÁGUA

A cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, é o ponto de partida para explorar as belezas naturais e paradisíacas das redondezas. Entre elas, as que envolvem água são as mais lembradas. Afinal, na região estão belíssimas cachoeiras e rios de águas cristalinas que permitem incríveis flutuações. Inclusive, há gente que vai a Bonito somente para fazer flutuações. É verdade, o nosso motorista da cidade nos revelou. Tem que gostar muito da atividade para abrir mão dos outros atrativos do local, não acha? Tá certo que muito "de bonito de Bonito" está na água, mas há outras coisas fora dela que são de cair o queixo, como as grutas e o Buraco das Araras. São tours contemplativos que não dá para deixar de fazê-los. Se você não tiver tempo de ver todas as grutas, aconselho a fazer como eu e escolher uma. A gruta do Abismo Anhumas é a top one, mas é preciso ter preparo físico e treino. Então, que tal escolher a Gruta do Lago Azul por ser cheia de formações calcárias e por ter um lago de uma impressionante cor azul turquesa? Não à toa é a atração mais visitada da região. Por isso, foi essa a gruta que eu selecionei para meu roteiro.    

Os passeios da Gruta do Lago Azul e do Buraco das Araras podem ser facilmente conciliados com outro num mesmo dia porque não tomam muito tempo. Por exemplo, se você quiser fazer duas grutas, a do Lago Azul dá para conciliar bem com a de São Miguel pela proximidade. Como eu escolhi visitar somente a Gruta do Lago Azul (se eu tivesse mais dias, faria a de São Miguel também), coloquei-a no meu dia junto com a Estância Mimosa (às 7:00 e às 13:30 respectivamente). Já o Buraco das Araras ficou junto com o Aquário Natural (às 16:40 e às 10:30 respectivamente). Aproveite bem seus dias em Bonito fazendo o máximo de passeios possível. 

Abaixo, relato minha experiência na Gruta do Lago Azul e no Buraco das Araras.


GRUTA DO LAGO AZUL

A Gruta do Lago Azul, que fica a 20 Km de Bonito, foi tombada como Monumento Natural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Trata-se de uma caverna com um lago de intensa cor azul turquesa e água cristalina. Dentro dela, podemos admirar suas formações calcárias, como as estalactites e as estalagmites. Muito interessante, principalmente para quem nunca viu antes. 

E como é o passeio à Gruta do Lago Azul? Tranquilo, só é preciso descer (e depois subir) cerca de 300 degraus irregulares, mas o esforço não é muito puxado, e você pode ir parando aos poucos. A escada é para adentrar a caverna. Mas, antes disso, ainda no receptivo, o guia apresenta ao seu grupo um vídeo com algumas explicações sobre o local e o tour. Ele também distribui uma toca e um capacete de uso obrigatório, somente como medida de segurança, mas tudo corre de forma tranquila. Depois é feita uma caminhada leve, de 300 metros. Ao término da caminhada é que chegamos à escadaria e depois passamos cerca de meia hora dentro da gruta para contemplação e fotos. Ali o guia passa mais informações sobre a gruta e responde às dúvidas dos visitantes. O tour é guiado do início ao fim. Se alguma pessoa, por algum motivo, sentir-se mal, o guia passa uma comunicação para a equipe de apoio e alguém vai buscá-la. Apenas uma pessoa de nosso grupo, uma mulher de meia idade, não se sentiu bem somente porque o lugar é escuro, então pediu para se retirar. Mas não é nada demais, inclusive vi muitos idosos realizando esse tour. 

Como é escuro dentro da Gruta do Lago Azul, fiquei um pouco decepcionada ao ver a cor do lago assim que eu o avistei. "Cadê o azul profundo que tanto falam?" pensei. Somente nas fotos que tirei é que pude constatar que aquele azul existe sim, porém a tonalidade que vemos depende da luz que entra na caverna. Por falar em fotos, é preciso tirá-las com o flash desligado para o azul verdadeiro se revelar. Resumindo, fiquei mais impressionada com o azul que vi nas minhas fotos do que de cara a cara com o lago. O passeio todo, ida e volta, dura cerca de uma hora e meia. Para conservação do local, é permitida a visitação de, no máximo, 305 pessoas por dia, por isso é necessário agendá-la com antecedência. É feita em grupos, com até 15 pessoas, e em intervalos de 20 minutos. Vá de tênis.


Depois de assistirmos ao vídeo explicativo e de colocarmos nossos capacetes, seguimos o guia em uma pequena caminhada no meio da mata até a entrada da caverna. 

É preciso descer estes degraus para adentrar a Gruta do Lago Azul.


Ao descer a escada, você pode se segurar nessas cordas que funcionam como corrimão. 


A primeira coisa que chama a atenção quando começamos a entrar na caverna são as estalactites, que são essas formações no teto.

























Grupo de turistas descendo as escadas para entrar na Gruta do Lago Azul.


A formação da gruta tem milhões de anos. 




A escadaria da Gruta do Lago Azul - Bonito

Na foto sem flash, conseguimos captar o azul profundo do lago da Gruta do Lago Azul.


O lago tem profundidade de mais de 80 metros. Não é permitido nadar aqui.

A escadaria da Gruta do Lago Azul - Bonito

As interessantes estalactites da Gruta do Lago Azul.




BURACO DAS ARARAS

Quem vai a Bonito é porque quer estar em sintonia com a natureza; portanto, apreciar os animais que compõem a beleza natural do Matogrosso do Sul faz parte do programa. Entre os animais que se destacam na região estão as araras. Elas são belas, inteligentes, brincalhonas (vi algumas interagindo até com um cachorro no passeio Rio do Peixe) e fiéis a seus parceiros. Os casais vivem juntos até que a morte os separe! Que demais, né? Demais também são suas cores vivas. No passeio Buraco das Araras, você terá a oportunidade de observar as araras vermelhas voando livremente e em grupos em seu habitat natural! Dentro de uma cratera! Visualizou na mente? Você vai ver como é já já nas fotos abaixo. Mas vamos primeiro entender o que é o "buraco" das araras, o que elas vão fazer ali e como chegar a ele.

O Buraco das Araras fica no município de Jardim, a cerca de 58 km de Bonito. Ele é literalmente um "buraco", ou, melhor dizendo, uma cratera em arenito no meio do cerrado que se formou por causa do desmoronamento de rochas. Sua forma é circular e possui 100 metros de profundidade e 500 metros de diâmetro. A esse tipo de depressão rochosa dá-se o nome de "dolina".

O Buraco das Araras é a maior dolina da América do Sul. Nas paredes de arenito, dentro dos buracos, as araras constroem seus ninhos. Então, é fácil encontrarmos araras sobrevoando o local e indo pousar nas paredes, porém é preciso ter um pouco de sorte para estar presente justamente na hora em que as araras chegam em maior número, o que garante um espetáculo maior. Mas dizem que o melhor horário é bem no início da manhã ou no final da tarde, e que a melhor época do ano para avistá-las é de junho a agosto por estarem no início do acasalamento. Nós visitamos o Buraco das Araras em julho e escolhemos o último horário, que foi às 16:40, ou seja, quando as araras voltam para seus ninhos, na esperança de vermos muitas delas. Sinceramente, eu esperava ver um número bem maior delas, mas conseguimos ver minirrevoadas e a experiência já foi legal. O que eu mais gostei foi de ouvir o grito delas, bem alto e o tempo todo. Aquele som me fez sentir bem na casa delas e mais íntima da natureza. 

O passeio ao Buraco das Araras dura um pouco mais de uma hora, sendo um programa perfeito para combinar com a flutuação no Rio da Prata (Recanto Ecológico Rio da Prata), antes ou depois, porque os lugares estão próximos. Apesar de ser um dos principais atrativos nas proximidades de Bonito, não incluí o segundo no meu roteiro porque li que essa flutuação era longa e eu não tenho muito saco de ficar na mesma posição por muito tempo. Além disso, dar de cara com cobras e jacarés era um risco que eu não queria correr, mesmo ouvindo dizer que eles não atacam as pessoas. Preferi fazer a flutuação no Aquário Natural, na qual você também vê muitos peixes, porém é bem mais breve. Assim, conseguimos fazer a flutuação de manhã e o Buraco das Araras no final da tarde. No intervalo, ainda tivemos tempo de caminhar e almoçar no centro de Bonito. Esse dia ficou com dois passeios distantes um do outro, mas não tinha como ser diferente.  

Agora vou narrar resumidamente como se deu nosso passeio ao Buraco das Araras.


No caminho para o Buraco das Araras, a diversão é procurar pelos tamanduás-bandeiras na estrada. Deu para achar um aqui? Clicando na foto, vai ficar mais fácil.


Interessante também é observar os gados na estrada. Quando nosso carro passou perto da cerca, os animais ficaram paradinhos prestando a maior atenção na gente. Foi engraçado rsrsrs 

A entrada do parque do Buraco das Araras é muito simpática, com réplicas de algumas aves, entre elas, as estrelas do lugar, é claro. Se você chegar com antecedência, vai ter tempo de tomar café de cortesia, comprar picolés dos sabores do cerrado (Delícias do Cerrado) ou algumas lembranças na lojinha, ou até descansar no redário. O local também tem banheiros.



Entrada do Parque Buraco das Araras, onde se encontra o habitat natural de muitas araras vermelhas.


Depois de formado o grupo no horário de sua visita (que precisa ser previamente agendada), o guia passa algumas informações sobre o passeio. Os grupos são pequenos, em torno de doze pessoas. Para chegar aos mirantes (são dois) da dolina, você precisa caminhar pela floresta, mas é tranquilo. Durante o percurso, o guia faz comentários sobre algumas plantas e árvores. Ele nos mostrou, por exemplo, a planta da guavira, fruta que é símbolo do Mato Grosso do Sul. O guia também comenta sobre algumas aves que vão surgindo em nosso caminho. Tivemos a oportunidade de ver, por exemplo, um tucano e um udu-de-coroa-azul, que é a ave símbolo de Bonito. 

É feita uma caminhada pela mata até chegar à dolina. Caminha-se em torno dela. Durante o trajeto, o guia dá explicações sobre a vegetação local e mostra até buracos na terra feitos pelos tatus.

O Buraco das Araras é esta cavidade da foto abaixo. Observe sua formação geológica, à qual dá-se o nome de dolina. Repare também em suas paredes vermelhas, de arenito. É sobre esta dolina que as araras sobrevoam e vão pousar nos galhos das árvores ou dentro dos buracos das paredes. Além das araras, vimos também o voo de algumas curicacas. Na verdade, pelo Buraco das Araras passam muitas espécies de aves, mas vimos somente algumas. E não se preocupe se não souber identificá-las, pois o guia se encarregará disso.
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São duas paradas para observação da dolina, uma em cada mirante. Veja que o outro mirante está do outro lado. Aqui contemplamos as revoadas das araras sobre e dentro da dolina, que é cercada pela vegetação do cerrado. 

As araras vermelhas no Buraco das Araras geralmente voam em pares ou em grupos. 

O desmoronamento de rochas causou esta cratera. Repare que, no fundo dela, há um lago esverdeado cercado por uma mata. Só não dá para ver os jacarés. Observe também as cavidades dentro das paredes de arenito, que são onde as araras constroem seus ninhos e vão dormir.    

Vá preparado para a possibilidade de não ver grandes revoadas de araras, apenas minirrevoadas. Tudo depende da vontade delas, pois elas vivem livremente.


Mas, sim, é possível ver dezenas de araras. Dá também para vê-las voando para dentro das cavidades das paredes, mas a visão é um pouco distante. Portanto, acho uma boa levar binóculos.


O Buraco das Araras é um dos melhores passeios contemplativos de Bonito. Assistir ao pôr do sol aqui é especial.


O guia se oferece para tirar fotos de todo mundo e escolhe os melhores ângulos. O destaque desta foto é o lago da dolina. 

Como as araras são bem rápidas em seus voos, é mais fácil captar melhores imagens filmando-as. Por isso, fiz um vídeo bem curtinho com alguns dos melhores momentos que presenciei no Buraco das Araras. O filminho também serviu para eu registrar o grito das araras. Ouvi-las foi, para mim, uma experiência de arrepiar. Os ruídos da natureza! Veja o vídeo:
  



Todos os passeios em Bonito podem ser reservados através de uma agência de turismo local, mas faça a reserva com antecedência pelo site para garantir sua vaga. Tanto a Gruta do Lago Azul quanto o Buraco das Araras são muito concorridos (principalmente o primeiro) na alta temporada e há uma limitação de número de visitantes por dia. Além dos ingressos para as atrações, é preciso comprar o transporte até elas se você não estiver de carro. Geralmente os traslados são compartilhados, mas consegui um privativo para todos os dias pagando um pouco mais com a agência Natureza Tour. Eu achei que valeu a pena.  


P.S.: Não pense que este foi meu último post sobre Bonito... Mas acho que resta só mais um. Tenha paciência comigo rsrsrs


Veja também as seguintes postagens:

- Como é o Passeio Boca da Onça em Bonito, Mato Grosso do Sul

- Trilhas e Cachoeiras da Estância Mimosa: Um Top Tour em Bonito

- Passeio Cachoeira Rio do Peixe: Pra lá de Bonito




PASSEIO CACHOEIRA RIO DO PEIXE: PRA LÁ DE BONITO!

O Passeio Cachoeira Rio do Peixe é realizado na Fazenda Água Viva, um lugar abençoado pela natureza, um paraíso para os amantes de cachoeiras. As piscinas naturais são do Rio Olaria e Rio do Peixe, algumas têm cardumes, e todas são de águas cristalinas. Essa maravilha fica a cerca de 35 km do centro de Bonito e seu proprietário é o simpático Sr. Moacyr, que, com muito orgulho, simplicidade e anedotas na ponta da língua, mostra para os visitantes suas araras como se fossem suas namoradas. É tanto carinho nessa relação que rola até beijo na boca. Como? A arara morde a língua dele. A cena causa grandes risadas.

Araras não são os únicos animais que divertem os visitantes na Fazenda Água Viva. Os macacos-pregos dão um show de simpatia e malandragem. Catam resto de comida no chão e saem de fininho (como se estivem pensando, "Isso aqui não é meu, mas vou levar pra mim"), pegam todos os pedaços de banana das mãos dos visitantes de uma vez só (um pedaço em cada mão, um pedaço debaixo de cada braço, e um na boca rsrsrs) e saem correndo para as árvores, pegam latas de refrigerante da lata de lixo e chegam a sacudi-las para beber o restinho, e fazem outras graças. São uma comédia! Você verá os macacos andando pelas árvores a qualquer hora do dia, mas eles aparecem mais no início do dia ou à tarde, quando são chamados para comerem as bananas.      

Mas a principal atração da Fazenda Água Viva fica mesmo por conta das cachoeiras. São várias que, além de serem lindas, são liberadas para banho. Nem todas são fundas, então todo mundo consegue tirar proveito dos banhos. Talvez por isso eu vi muito mais idosos nesse passeio do que nos demais que realizei, além do fato de a trilha ser bem mais "amiga", sem muito sobe e desce de escadas. Também foi o passeio em que eu vi mais crianças, e o motivo sei qual é: há trampolins e tirolesas. As crianças do nosso grupo se esbaldaram! Enfim, é um passeio para a família inteira, sem restrição de idade. 

O passeio Cachoeira Rio do Peixe, que é de trilha e cachoeiras, dura o dia inteiro. Afinal, são 7 paradas para banho na primeira parte, quando são percorridos cerca de 2.000 metros de trilha pela mata. Dura cerca de 3 horas. A segunda parte, que acontece depois do almoço, dura aproximadamente 1 hora e tem trilha de 800 metros. Estão incluídos 3 pontos de banho, sendo 2 cachoeiras e uma tirolesa. Por ser um tour grande, o almoço já está incluído no valor do ingresso e não pode ser vendido ou retirado de forma avulsa. A comida é aquela típica de fazenda, com ênfase no cardápio sul-mato-grossence, e bem farta. O almoço inclui sobremesa (doces típicos), mas as bebidas são pagas à parte. Somando o tempo todo de trilha, banhos, almoço, descanso (há um bom redário para esse fim), fotos com araras, brincadeiras com os macacos, são cerca de 6 a 7 horas que você vai passar na fazenda. 

As duas partes do passeio são acompanhadas por um guia credenciado. A primeira parte é a melhor, pois é a que dura mais e onde estão as cachoeiras maiores e mais bonitas. Para a gente, ela estava agendada para começar às 9:30, mas houve um pequeno atraso por conta da organização dos grupos, que saem com diferentes horários (mais ou menos com 15-20 de intervalo) para que não se encontrem nos mesmos pontos de banho na mesma hora. A segunda parte, por ser mais curta e oferecer apenas duas cachoeiras pequenas, alguns turistas deixam até de fazer. Principalmente porque ocorre depois do almoço, quando dá aquela preguiça e quando já se está satisfeito não somente com a comida como também com os banhos de cachoeiras. Mas nós não dispensamos a segunda parte, pois estava mesmo incluída no ingresso, que não é barato, e já tínhamos reservado o dia somente para esse passeio. 

A segunda parte foi legal, mas foi mais interessante para as crianças por causa da tirolesa. Para a gente, uns 40 minutos nessa segunda parte já foi de bom tamanho. Já sabíamos o caminho de volta e o guia permitiu nosso retorno sem ele, mas fique sabendo que em alguns passeios em Bonito você não pode se desintegrar do grupo. Para a gente, foi vantagem sair um pouco mais cedo porque tínhamos um motorista particular que ficou o tempo todo à nossa disposição na fazenda. 

Quer saber? Este foi o passeio que eu mais gostei de fazer em Bonito. Quando juntam natureza e animais, fica muito fácil me agradar. Diverti-me com os macacos e as araras, e vi cachoeiras lindas, dignas de cenário de cinema. Você se vê o tempo todo cercado por quedas d'água e toma banho em quase todas. Você ainda pode nadar no rio onde há um montão de peixes. Os meus banhos nas piscinas naturais só não foram "completos" neste passeio porque a água estava muito gelada. Fizemos nossa viagem em julho, ou seja, no inverno. No dia deste passeio, o sol apareceu e esquentou a temperatura. Dava perfeitamente para ir de uma cachoeira para outra só com a roupa de banho. Mas, apesar do calor, a água dos rios estava bem fria, porém o guia me falou que, no verão, a temperatura d'água sobe um pouco. Deve ser bem melhor, mas, nem por isso, deixei de curtir muito o passeio. Ainda mais que tinha canjica e arroz doce bem quentinhos nos esperando (cortesia) assim que chegamos à fazenda. É que de manhã fazia um friozinho...  

Enquanto aguardávamos o início de nosso tour, fomos aos fundos da casa para ver as araras e não podíamos imaginar que elas tinham um amigo de quatro patas. E vivam as diferenças! Na primeira distração do cachorro, a arara aproveitava para bicar-lhe a perna! Muito engraçado 😂    


Quem disse que arara e cachorro não se bicam? E também brincam!


Esse lado brincalhão das araras eu só descobri na Fazenda Água Viva. Elas estavam soltas e livres, e pareciam muito felizes.


Depois de vermos as araras, fomos observar os macacos que habitam a Fazenda Água Viva. Alguns estavam andando pelas árvores e outros correndo pelo gramado com pedaços de banana nas mãos. Aqui, o macaco-prego foi pego! No flagrante! Bebendo Coca-Cola da latinha que ele havia acabado de tirar de dentro de uma lata de lixo.

Como se fosse gente, ele virava a latinha com as mãos e sacudia para ver se saía mais refrigerante. Hilário!!!



Este deve ser o único ou um dos poucos passeios em Bonito em que você pode ir de chinelos. Aliás, eles até aconselham você a isso, mas vou lhe dar uma dica: vá de tênis. É que tanto na ida quanto na volta do passeio, você precisa passar por um pasto cheio de excremento... Fui de chinelos e me arrependi. De tênis, você está bem mais protegido, mas leve os chinelos numa bolsa. 

Depois do grupo atravessar o pasto, logo aparecem os riachos e pequenas cascastas.


E faz-se também uma trilha pela mata adentro. E cuidado com algumas árvores, pois o guia nos disse que era época de carrapatos e que, por isso, era bom ficarmos afastados de determinadas árvores. 


E nossa primeira parada foi numa tirolesa. Quem curtiu muito foram as crianças e nem ligaram para a água gelada. Alguns adultos também se aventuraram nessa. Aqui é aconselhável usar colete salva-vidas. 


Quem não quis se arriscar no mergulho gelado aguardava. Faz parte.


Depois da tirolesa, seguimos para a Cachoeira do Elefante, um dos lugares desta fazenda que eu mais gostei. Para nadar, não dá, porque a piscina natural é muito rasa e cheia de pedras. O bom aqui é tomar uma ducha em pé debaixo da cachoeira. Mas isso só para quem não tem medo de água fria.


A Cachoeira do Elefante é uma das mais bonitas da Fazenda Água Viva.




Depois fomos para outra cachoeira. O caminho até chegar lá é lindo. Você passa por essa e outras rochas banhadas por quedas d'água que deixam a paisagem deslumbrante.   

Você passa ao lado de cachoeiras e rios por meio de pontes de madeira suspensas. Elas balançam muito se estiverem sustentando duas ou mais pessoas ao mesmo tempo, mas a travessia acaba sendo divertida. 







Esta cachoeira faz parte do cenário da parada de banho da vez!  


Junto com esta piscina natural...


E mais isto...

E mais esta passarela, que nos deixa bem no ponto de entrada do banho. Pronto para pular para o mergulho? Para entender direito onde, é só olhar a foto abaixo. 


É só se jogar nesse "buraco" aí, atrás de mim, entre a plataforma e a cascata. Aqui você pode literalmente pular para mais um banho. Muitos usam coletes salva-vidas, que podem ser alugados no início do passeio. Achei esta parada a mais emocionante de todas. Hahaha parece até que eu me aventurei nessa gelada, mas os que os olhos veem, o coração sente! Para mim, o lugar só serviu de cenário para esta foto 😍.


Quem não quisesse pular naquele local, podia descer para a piscina natural por esta escada. Mas as pessoas usavam-na para subir depois do salto. E voltavam para outro, depois mais outro...






E depois, adivinha o que fizemos? Caminhamos para outro banho com mais cachoeiras, é claro! Este lugar aqui foi só passagem, mas confesso que me deu vontade de ficar por aqui mesmo, com esta piscininha somente para mim.





E então chegamos. Este local foi, para mim, o mais bonito do passeio do Rio do Peixe. Nem tanto pelo banho, pois há muitas pedras, mas pelo visual. Que paisagem incrível! Abaixo mostro mais fotos daqui.








Agora já estamos num outro ponto para banho, onde há muitos peixes. Ao fundo, está a cachoeira da parada anterior, que mostra melhor a extensão e a beleza do lugar.  


Então, a piscina natural com cardumes! Tem gente que tem medo de ficar na água cercada de tantos peixes, mas eu acho bem legal. A única coisa que atrapalha a diversão aqui são as pedras, pois a gente tem que ficar se equilibrando em cima delas e tomando cuidado para não se machucar.









Voltamos para o almoço um pouco antes do restante de nosso grupo (o caminho é fácil, não precisa de guia) e passamos novamente por alguns pontos, com a vantagem de pegarmos o local vazio.








Então, terminada a primeira parte do passeio Rio do Peixe, fomos almoçar. No centro do restaurante, várias mesas com muitas comidas de diferentes tipos: saladas, churrasco, peixe, pratos típicos... O restaurante fica bem cheio, afinal são muitos visitantes. Mas tudo fluiu bem. Se você quiser almoçar e se distrair com os macacos ao mesmo tempo, sente-se perto das janelas. Foi muito engraçado numa hora em que parecia que eles estavam fazendo caretas para as fotos. O vidro não deixa eles entrarem, então nem precisa se preocupar em ter a comida roubada.   


Depois do almoço, descansar no redário é preciso! Aqui você vai entender por que muitos turistas acabam abrindo mão da segunda parte do passeio. Mas não durma no ponto porque está na hora de alimentar os macacos e de tirar fotos com as araras. 


O cuidador pede para você esticar o braço e põe a arara no seu ombro. É divertido porque o bicho fica querendo pegar seu cabelo ou seu boné, óculos etc. Daí o cuidador precisa chegar perto e distrair a arara.




Depois fomos observar os macacos-pregos que correm de um lado para outro pegando os pedaços de banana das mãos dos visitantes e levando para as árvores.


Sempre carregando um pedaço de banana na boca, que é para garantir mais um. Eles são muito engraçados.





Depois, demos de cara com o Sr. Moacyr, proprietário da fazenda, que é apaixonado por suas araras. Ele estava colocando-as em cima dos braços dos últimos visitantes. 


Bem, eu já tinha tirado minha foto com a arara acima, que estava na área naquele momento. Mas o Sr. Moacyr estava colocando não uma, mas duas araras em cada visitante nesta hora. Não resisti e pedi para tirar uma foto. Fui a última. 


Dizem que quem ri por último ri melhor e é verdade. O Sr Moacyr deve ter percebido que eu gosto de bichos e foi buscar mais duas araras! E então fiquei eu com quatro araras em cima de mim! Amei!!! Depois, todas as pessoas que ainda se encontravam ali pediram para tirar fotos novamente, só que dessa vez com quatro araras rsrsrsrsrs


E lá fomos nós para a segunda parte do Passeio Rio do Peixe, que contava com mais uma tirolesa...


E duas cachoeiras pequenas


Cachoeira com esta piscina natural liberada para banho!


E para seu Passeio Cachoeira Rio do Peixe ficar ainda melhor, não deixe de observar os campos da estrada, no caminho tanto de ida quanto de volta. Você vai avistar alguns tamanduás-bandeiras, que estão entre os "animais símbolos" de Bonito. Eles podem passar despercebidos, sendo confundidos com troncos de árvores. Deu para identificar um nesta foto?  

Como falei acima, o Passeio Rio do Peixe foi o que eu mais gostei de fazer em Bonito. Não se esqueça de reservá-lo com antecedência, pois esse é o procedimento com todos os passeios em Bonito, principalmente na alta temporada, já que o número de visitantes nas propriedades é limitado. E não chegue atrasado ou esqueça de levar seu voucher de reserva, se não você corre mesmo o risco de perder seu passeio. Os tours são muito bem organizados. Você pode reservá-los em alguma agência de turismo de Bonito, entrando em contato através dos sites. É preciso pagar um sinal para garantir a reserva. Nós fechamos tudo com a Natureza Tour e optamos pelos transfers privados.

Não se esqueça de levar repelente, protetor solar e roupa de banho, que deve ser vestida por debaixo da roupa que você for no dia porque não há banheiros durante o percurso. 


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