PARQUE DOS FALCÕES: AVES QUE MERECEM SUA VISITA EM UMA VIAGEM A SERGIPE

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Você já ouviu falar sobre o "encantador de falcões" brasileiro chamado José Percílio? Não? Então muito provavelmente você também não ouviu falar a respeito do Parque dos Falcões, situado no sertão do estado de Sergipe. Nesse caso, vamos começar entendendo o que é esse parque, o que ele abriga (não são só falcões) e como é o ofício de Percílio. 

O Parque dos Falcões fica no município de Itabaiana, a cerca de 50 km de Aracaju, a capital de Sergipe. Além dos falcões, o instituto abriga gaviões, corujas, carcarás e urubus. É um centro de criação e preservação dessas aves. Em outras palavras, podemos dizer que o parque cuida de aves de rapina, que são justamente essas espécies citadas, aves carnívoras que possuem garras afiadas, entre outras características. O Parque dos Falcões, que funciona num sítio relativamente simples, é um dos poucos lugares do Brasil com autorização do IBAMA para a criação de aves de rapina. 

O encantador de falcões é José Percílio, um apaixonado por aves que ganhou notoriedade inclusive internacionalmente pelo seu talento em domar as aves de rapina e pelo conhecimento que adquiriu a respeito do comportamento delas. Muitas de suas aves são usadas em filmes e Percílio já se apresentou em diversos programas de televisão e até de uma filmagem para o Japão. Se você pensa que Percílio gosta de fama, está enganado. Apesar de frequentemente receber convites para participar de projetos fora de seu estado ou país, Percílio diz que não gosta de se afastar das suas aves. Conforme o próprio encantador de falcões diz, ele vive para elas. 

O amor pelas aves começou quando Percílio, aos 7 anos de idade, ganhou um ovo de falcão (da espécie carcará) do qual nasceu Tito, que se tornou seu grande amigo. Nasceu na mão dele. Segundo o domador, foi Tito quem lhe ensinou tudo sobre as aves de rapina, pois ele ficava observando o comportamento de Tito  com os outros pássaros. Aprendeu a linguagem das aves se comunicando e convivendo com elas. Aprendeu, por exemplo, que elas também têm sentimentos, são muito inteligentes e capazes de proteger aqueles de quem gostam. Ele conta que um dia um falcão lhe ajudou a se defender de um ataque de abelhas e por isso percebeu que podia treiná-los para sua defesa pessoal.  

O amor e a dedicação às aves levaram o adestrador Percílio a fundar o Parque dos Falcões em 2000 num sítio comprado por ele mesmo. Desde então, o parque faz um trabalho de preservação, recuperação e treinamento de aves de rapina do Brasil. Muitas aves chegam ao parque pelas mãos da Polícia Ambiental maltratadas, machucadas (com tiro de chumbinho, por exemplo) ou mutiladas (sem uma das asas, por exemplo) e muitas delas conseguem voltar à natureza depois de passarem pelos cuidados do instituto. Eles têm autorização do IBAMA para manter as aves em cativeiro, aliás o Parque dos Falcões, que conta com a ajuda de voluntários, faz trabalho de reprodução em cativeiro. Hoje eles têm mais de 300 aves. 

Numa visita ao Parque dos Falcões, você poderá ouvir as explicações sobre as aves de rapina transmitidas pelo José Percílio ou por seu assistente Alexandre Correia, outro mestre no assunto. Alexandre, que também é treinador de aves, ajudou a fundar o Parque dos Falcões. Seus conhecimentos sobre as aves impressiona e faz com que a gente se interesse cada vez mais em aprender sobre o comportamento delas e suas atividades. E isso eu posso falar por experiência própria. Afinal foi o próprio Alexandre que nos recebeu neste dia de visita ao Parque dos Falcões, numa tarde de janeiro. Ele foi de gaiola em gaiola apresentando cada ave (falcões, urubus, corujas etc.) e dando vários tipos de explicações, por exemplo, por que aquela espécie tem aquele tipo de bico, qual velocidade consegue atingir num voo, como consegue se proteger diante de uma presa, por que o urubu é uma das aves mais limpas que existem (ao contrário do que muitos pensam!), por que aquela espécie de coruja fica coladinha uma na outra formando um grupo (Ficou curioso? O motivo é bem interessante), por que os gaviões movem a cabeça daquela forma (parece uma dança indiana rsrsr) e por aí vai. Ele também contou histórias tristes de maldades que pessoas cometem contra as corujas por pura superstição! Deu uma peninha delas... Aliás, deu uma peninha também saber que todas aquelas aves estavam ali enjauladas porque tinham sido de alguma forma maltratadas ou humanizadas e por isso sofriam sérios problemas "psicológicos". 

Enfim, aprendi muita coisa interessante sobre as aves de rapina e eu, que nem ligava muito para elas, passei a admirá-las. Mas não fique achando que uma visita ao Parque dos Falcões é uma aula chata. "Aula" é; "chata" não. Muito pelo contrário. A visita dura cerca de uma hora (sem contar o vídeo que é apresentado) e você nem vê o tempo passar. No final, fica com gostinho de "quero mais", porém, só para você não ficar triste, tem a oportunidade de posar para fotos segurando algumas aves (no dia de nossa visita, foram duas corujas e um falcão) que foram treinadas para amizade com pessoas. Essa é a parte mais divertida da visita! Especialmente segurar uma coruja (um murucutu) enorme!

Vale dizer também que você pode tirar suas dúvidas enquanto o treinador dá suas explicações, o que torna a "aula" muito mais interessante. Até crianças gostam de participar, conforme pude constatar durante nossa visita. Eu mesma fiz algumas perguntas e voltei para casa com várias outras. Fiquei me lamentando por na hora não ter me lembrado de perguntar por que dizemos "mãe/pai etc coruja" e por que essa ave é o símbolo do professor/da sabedoria. Mas descobri depois na internet. Falando nelas, nas corujas, foram delas que eu mais gostei. Elas são muito interessantes, intrigantes e lindinhas. Até voltei para casa com vontade de ter uma rsrsrs Gostei mais de uma espécie que fica com os olhos arregalados te olhando de uma forma hipnotizante e que parece que não pisca nunca!    


A única coisa que me decepcionou nessa visita foi o fato de eu não ter visto um "showzinho" com algumas das aves. É que antes de ir lá, eu tinha visto na internet o mesmo vídeo que eles apresentam no auditório, no qual aparece Percílio manejando um falcão, comandando-o com um apito, num trabalho de exercício físico para o animal, que precisa manter a forma. Bem, pelo menos, naquele dia e horário de visita (às 14:00), não aconteceu. Se você fizer questão de ver uma exibição desse tipo, sugiro que antes de agendar sua visita, você ligue para o parque e se informe se há determinado dia ou horário para tal. Também voltei triste por não ter tido a oportunidade de conhecer Percílio pessoalmente, pois passei a admirá-lo muito depois que eu li sobre seu trabalho. Mas naquela hora ele estava "escondido" alimentando as aves e, segundo um dos treinadores do parque, ele morreria de vergonha se aparecesse todo sujo de sangue de galinha rsrsrs 

Logo após termos comprado os ingressos no local, tivemos que ficar esperando alguns minutos até dar a hora da visita para primeiramente assistirmos ao vídeo de introdução. Mas, curiosa do jeito que sou, dei uma espiada na entrada do parque, após a área da bilheteria, para tirar minhas primeiras conclusões. Eis que eu vejo à direita uma ave em cima de um muro que na hora me disseram ser o "segurança" da casa. Segundo Percílio conta no vídeo, qualquer um que tentar entrar no parque sem avisar "leva cascudo". O cascudo é uma bicada do "segurança" na cabeça do intruso. Bem, eu resolvi não arriscar rsrsrs Sobre o que vimos depois, eu mostro abaixo!



A visita ao Parque dos Falcões começa com a exibição de um vídeo explicativo (esse aqui) em seu pequeno auditório. Aqui há também uma pequena loja de souvenirs


Depois um dos treinadores do parque (na nossa visita, o Alexandre) passa de gaiola em gaiola dando as explicações sobre cada ave. 


Um Urubu-rei. Esta ave assim como muitas outras do Parque dos Falcões passam por um processo de reabilitação. As aves de rapina são espécies ariscas, por isso este urubu, por exemplo, jamais estaria perto, olhando assim para a gente se fosse "normal", segundo Alexandre. Não me lembro por qual tipo de mau-trato este urubu passou, mas o fato é que ele tem distúrbios comportamentais.


Este é um Gavião Pernilongo, também com problemas comportamentais. Parque dos Falcões, Sergipe. 


O bonito e desconfiado Gavião de Rabo Branco. Parque dos Falcões - Sergipe.



Essa é uma das espécies de coruja no Parque dos Falcões, o Murucutu. Existem diferentes tipos de corujas no Parque dos Falcões.



A valente águia querendo dizer que ali é ela quem manda - Parque dos Falcões. Segundo Alexandre, águia e gavião são a mesma coisa, mas as pessoas costumam diferenciá-los por causa do tamanho.



O Parque dos Falcões fica na Serra de Itabaiana, em Sergipe. 



Olha outra espécie de coruja aqui! As corujas sofrem muito com maus-tratos e mutilações por causa de superstições.



Este carcará (seria este o "segurança" do parque?) estava solto no parque, mas acho que se estressou um pouco com o movimento dos visitantes perto dele porque ele emitiu um determinado som que o Alexandre logo entendeu que o bicho estava pronto para ficar agressivo. 



Os carcarás do Parque dos Falcões.



Parque dos Falcões, Itabaiana - Sergipe. 



Estes falcões ficam nos tocos de madeira, presos por uma cordinha. São treinados para fazer serviços em empresas, como, por exemplo, controlar população de outras aves.



Um urubu preto e um urubu branco. Acho que eu nunca tinha visto um urubu branco na minha vida.



O treinador Alexandre conversando com o grupo de visitantes sobre as aves.



Este é o Falcão de Coleira. Muitos se decepcionam ao verem o tamanho dos falcões. Eles são as menores aves de rapina, mas seus bicos são muito fortes e são usados para matar a presa.



Mais uma espécie de coruja que nos foi apresentada no Parque dos Falcões.



Um dos carcarás do Parque dos Falcões - Sergipe.



A melhor parte da visita ao Parque dos Falcões foi esta: segurar três aves de rapina. O treinador explica de que forma você deve ficar com a mão enquanto ele segura a ave com uma cordinha. Ele fala que você pode fazer carinho na ave e até colocá-la coladinha no seu rosto. Eu fiz tudo isso. Adorei!  



Todo mundo quer ter a oportunidade de segurar as aves, então a experiência de cada um é por pouco tempo, só mesmo para tirar fotos como esta, ao lado de uma corujinha.  



É claro que um falcão não poderia ficar de fora desta cena! 



Parque dos Falcões, Sergipe.



Mas a grande sensação mesmo foi segurar esta enorme coruja, um murucutu. Eu senti suas garras bem afiadas na minha mão, mas não precisa ter medo porque elas não chegam a machucar, mas você fica por alguns segundos com a marquinha delas na sua mão rsrsrs



Esta mão que aparece no canto esquerdo da foto é a do treinador, que fica segurando a ave com uma cordinha enquanto você posa com ela. Aqui termina a visita ao Parque dos Falcões. 



Parque dos Falcões - Sergipe.



Parque dos Falcões - Sergipe.


Vá ao Parque dos Falcões se você gosta de aves ou de animais em geral. Pena que fica um pouco longe de Aracaju, mas chega-se de carro em aproximadamente 45 minutos. O traslado ao Parque dos Falcões é um dos muitos passeios oferecidos pelas agências de turismo da capital sergipana. Em janeiro de 2016, estavam cobrando em média R$80,00 por pessoa, mas isso só o trajeto de ida e volta, geralmente numa van. O ingresso do parque é pago à parte (R$25,00 na época). Entretanto, eu e meu marido fomos de modo privativo contratando um motorista de táxi (o mesmo que nos levou à Praia do Saco), que nos cobrou R$180,00 (ida e volta; o taxista ficou esperando o término da visita). Achei o valor razoável, pois, se fôssemos com agência, economizaríamos somente R$20,00, o que com certeza já pagou pelo tempo em que não precisamos ficar esperando todos os turistas embarcarem e desembarcarem da van, já que a agência para no hotel de cada um. Mas o motivo principal de termos ido ao Parque dos Falcões de tour privativo foi o meu objetivo de poder juntar num único dia a ida à Crôa do Goré (um dos clássicos passeios turísticos em Aracaju) e ao parque. Como passamos poucos dias na capital de Sergipe, precisei fazer algumas combinações de passeios que pudessem ser encaixados num único dia. Pagamos um pouco mais caro por essas combinações, mas valeu a pena. Isso foi bom também para economizar na hospedagem, pois não precisamos esticar nossa estada em Aracaju para realizar todos os passeios.

Naquele horário de visita, às 14:00, estava muito tranquilo no parque. Fomos os primeiros a chegar e achei que iríamos ser os únicos, mas depois chegou uma família com algumas crianças. Concluí que o parque não tem tanta reputação entre os turistas como mereceria ter, talvez porque saia um pouco caro para uma visita de somente cerca de uma hora (R$80,00 de traslado + R$25,00 de ingresso = R$105,00 por pessoa). Porém, o taxista me explicou que as visitas ocorrem mais na parte da manhã (há dois horários de visitação, de manhã e à tarde), quando comparecem também muitos estudantes de escolas em excursão. Então, se quiser mais tranquilidade, vá no horário da tarde, mas talvez na parte da manhã aconteça algum treinamento com as aves para o público.  Nada como se informar com a própria instituição através de seu site ou telefone na época de sua visita. O Parque dos Falcões, que também oferece passeio orientado por trilhas no Parque Nacional Serra de Itabaiana, solicita que as visitas sejam agendadas por telefone. Liguei uns dias antes e não tive problemas para agendar a visita. Entretanto, por e-mail, eles nem me responderam. Então fique sabendo que é preciso ligar.

Não deixe de entrar no site do Parque dos Falcões para ter mais informações sobre o trabalho deles. 


PRAIA DO SACO E LAGOA DOS TAMBAQUIS: DUAS GRANDES ATRAÇÕES TURÍSTICAS DE ESTÂNCIA, MUNICÍPIO DE SERGIPE

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A Praia do Saco fica no município de Estância, no litoral sul de Sergipe, a cerca de uma hora de carro de Aracaju (aproximadamente 70 km). Devido a essa curta distância e às belezas naturais da Praia do Saco, Estância é um dos destinos de passeio a quem está hospedado na capital sergipana. Belezas que renderam à Praia do Saco a fama de uma das 100 praias mais bonitas do mundo, título concedido por uma revista francesa chamada Grands Voyageurs. Mas antes de chegar à Praia do Saco, o turista deve saber de duas coisas: a praia foi assim eleita pela tal revista há alguns anos atrás (o meu guia turístico falou em qual ano, mas não me lembro mais e nem consegui descobrir depois) e a paisagem dessa praia que estampa vários souvenirs de Sergipe e que muito provavelmente foi a responsável pela avaliação da revista é a Ponta do Saco. Ciente disso, o turista não vai se decepcionar assim que pôr seus olhos na Praia do Saco ou na Ponta do Saco. E antes que alguém comece a querer me criticar por tal afirmação, digo logo que tanto uma quanto a outra são belas, mas a Praia do Saco é muito mais bonita quando se chega à tal ponta, que, por sua vez, já não é mais a mesma dos cartões-postais e souvenirs. A ação do mar já mudou muito aquele lugar, conforme o bugueiro me explicou.

Uma coisa que me deixou confusa foi a maneira como eu deveria me referir àquele cenário emblemático, pois há duas formas: Ponta do Saco (como falei acima) e Praia da Ponta do Saco. E pelo o que eu entendi, a Ponta do Saco é uma praia dentro da Praia do Saco (entendeu minha confusão?), ou melhor dizendo, uma extensão da Praia do Saco. Para fazer você chegar lá (à Ponta, quero dizer), os bugueiros oferecem seus passeios, que incluem outras duas paradas, sendo a última para banho nas piscinas naturais. O tour dura em média uma hora e meia a um custo de R$140,00 (valor de janeiro de 2016), que pode ser dividido por até quatro passageiros, capacidade máxima do buggy. Se você estiver sozinho ou a dois, não tem jeito, o valor do passeio é o mesmo. 

A Praia do Saco é muito procurada por sergipanos e turistas não só pela fama e beleza, mas também por ser uma das mais tranquilas de Sergipe e por ter mar calmo e cristalino. Mas não se iluda muito se você resolver visitá-la na alta temporada, nos finais de semana ensolarados e nos feriados também ensolarados. Pela quantidade de mesas e cadeiras que vi nos quiosques, a praia tem lá seus dias de agito. Eu fui num mês de alta (janeiro), mas a praia estava bem tranquila de um jeito que eu não queria: debaixo de chuva. Lamentavelmente foi assim minha visita à famosa Praia do Saco, debaixo de muita água, e eu sacolejando por entre as dunas dentro do buggy, secando a máquina fotográfica entre uma foto e outra (depois me rendi à minha câmera à prova d'água, que não é tão boa) e rezando para que aquela chuva parasse logo. Apesar de tudo, curti o passeio, mas não vou negar que a chuva atrapalhou a contemplação do lugar. Era a manhã de meu último dia em Sergipe, então, nem se eu quisesse, eu poderia ter mudado o dia da minha visita, o que muitos outros que não estavam nessa situação devem ter inteligentemente feito.

Se você estiver hospedado em Aracaju, verá nos folhetos turísticos que a Praia do Saco é um dos "passeios" clássicos da região. Não faltam agências que ofereçam esse "passeio", que, na verdade, é só o traslado de ida e volta. Eles pegam o turista no hotel, levam até a praia, deixam num ponto de apoio escolhido por eles (restaurante ou quiosque) e marcam a hora de retorno. Algumas explicações turísticas podem ser dadas durante o caminho, que, diga-se de passagem, é dominado por centenas de coqueiros. Você tem seu tempo livre para aproveitá-lo como quiser na Praia do Saco, lembrando que tudo lá é opcional (a não ser que seja um pacote especial, mas não cheguei a ver nenhum assim): alimentação, bebidas, buggy, lanchas para as ilhas, quadriciclos. Vá disposto a pagar por um passeio, a não ser que você goste de ficar lagarteando na praia, comendo petiscos e bebendo, e não faça questão de ver a Ponta do Saco. Se não, ficar horas na Praia do Saco sem fazer nada pode ser para você - com minha mania de trocadilhos - um saco. E digo "horas" porque o passeio à Praia do Saco oferecido pelas agências de turismo de Aracaju é de dia inteiro. Geralmente começam a pegar os turistas nos hotéis por volta das 7:00 e terminam por volta das 17:30. Nem todas incluem no tour uma parada na Lagoa dos Tambaquis (da qual falo mais adiante) e cobram por pessoa uma média de R$60,00 (lembrando que esse valor é sem nenhum opcional e corresponde ao mês de janeiro de 2016). O trajeto pode ser de van ou ônibus, dependendo do número de turistas. Algumas das agências em Aracaju que realizam o traslado à Praia do Saco são: Crystal Turismo; Farol Tur; Nozestur. As três são muito conhecidas e bem recomendadas. 

Agora, quer saber como eu fui à Praia do Saco? De táxi, com taxista indicado pelo hotel (vá só com um recomendado), já com o valor fechado de R$220,00. O valor foi de ida e volta e o taxista ficou nos esperando enquanto nos divertíamos. Na verdade, ele nos cobrou R$240,00, mas, como fizemos outros passeios com ele, rolou um descontinho. Não foi uma forma econômica de se chegar lá, é claro, mas eu jamais conseguiria fazer o passeio de buggy e ainda parar na Lagoa dos Tambaquis e estar de volta ao hotel pontualmente às 11:30 da manhã (saí do hotel às 7:15) se não tivesse sido de forma privativa. Perdi por um lado, mas lucrei por outro. O passeio foi um pouco corrido, mas teve de ser assim porque naquela tarde eu já embarcaria no meu voo de volta para casa.
      
E se você estiver se perguntando por que eu falei sobre o opcional da lancha na Praia do Saco, fique sabendo que a partir dali você pode fazer um passeio a bordo de uma até a Ilha da Sogra e Mangue Seco (Bahia). A Ilha da Sogra é um banco de areia que aparece quando a maré está baixa. 

DICA: Digamos que você só tenha mais um dia em Aracaju e que ainda não tenha ido nem a Mangue Seco nem à Praia do Saco, mas deseje muito fazer as duas coisas e não saiba o que decidir já que os tours a cada um desses destinos são praticamente de dia inteiro. Minha dica é que você combine sua ida à Praia do Saco com Mangue Seco no mesmo dia, o que é perfeitamente viável e, para mim, na medida certa se seu objetivo turístico for primordialmente a contemplação. Em Mangue Seco, perguntei a um dos rapazes que faziam o serviço de travessia entre a Praia do Saco e Mangue Seco de lancha quanto custava esse percurso de ida e volta e a resposta foi "170 reais" (combine o horário de retorno com o condutor). Achei caro, mas a lancha leva até 5 passageiros, então dá para rachar esse valor. Em Mangue Seco, é imprescindível explorar as dunas a bordo de um buggy. De lancha, leva-se em torno de 10 minutos para se chegar a Mangue Seco a partir da Praia do Saco.



A Praia do Saco, no litoral sul de Sergipe, fica próxima da divisa entre Sergipe e Bahia. Esta foi uma das primeiras fotos que tirei quando cheguei à praia, que foi numa barraca onde há serviço de restaurante e banheiros e onde alguns bugueiros fazem ponto. Este lado da praia fica numa parte mais à direita, que, segundo nosso motorista, é mais tranquila. As agências de turismo têm determinadas barracas de praia como base de apoio. A da Crystal Turismo, por exemplo, é a Asa Branca.


Assim que chegamos à Praia do Saco, ficamos esperando por uns quinze minutos a chuva passar, mas ela não dava trégua. Veja que a barraca tem muitas mesas e cadeiras na areia, mas há uma parte coberta também, que foi onde nos abrigamos.


Decidimos nos render à chuva e lá fomos nós no passeio de buggy. A primeira parada foi no cartão-postal da Praia do Saco, ou seja, na Ponta do Saco, que é este cenário aqui: uma extensa faixa de mata que forma uma ilha deserta. Na imagem que há desta praia nos souvenirs, a ilha é cercada por uma faixa de areia que não vimos aqui.


A Ponta do Saco, uma extensão da Praia do Saco, fica no ponto onde o rio e o mar se encontram. O rio se chama Real, que divide Sergipe e Bahia. Daqui é possível avistar Mangue Seco, na outra margem.


Segundo nosso bugueiro, a Praia do Saco já sofreu muitas modificações com o avanço do mar. Durante o passeio, ele nos mostrou algumas casas que foram destruídas pelo mar.


Aqui ainda estamos na Ponta do Saco, local onde também há muitos coqueiros. 


Ponta do Saco - um dos cartões-postais de Sergipe.


A Ponta do Saco, onde o rio e o mar se misturam, fica bem no final da Praia do Saco, por isso leva esse nome.


"Nosso" buggy parado na Ponta do Saco.


Em seguida, partimos para mais duas paradas, que seriam na Praia das Dunas, com direito a um banho nas piscinas naturais. Assim é o tour de buggy pela Praia do Saco, que dura cerca de uma hora e meia. No caminho, o bugueiro nos mostrou esta Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem com a imagem da santa. Aliás, a Praia do Saco também é chamada de Praia da Boa Viagem. 


E lá fomos nós pelas dunas da Praia do Saco. 


As fotos ficaram prejudicadas por causa da chuva.


Nossa segunda parada foi nesta parte da praia, que, segundo nosso bugueiro, chama-se Praia das Dunas. Fiquei me perguntando depois, "Então, não é mais a Praia do Saco?" Enfim, mas esta questão que me deixou confusa rsrsrs 



Uma coisa que gostei de saber é que a Praia do Saco foi onde os jesuítas desembarcaram pela primeira vez em Sergipe. 



Parada para fotos (a segunda do tour de buggy) na Praia das Dunas, neste mirante.


Mirante da Praia das Dunas.


A terceira e última parada no tour de buggy foi nas piscinas naturais da Praia das Dunas. Veja que outras pessoas também se aventuraram num passeio de buggy debaixo da chuva. 



Sei que quem está na chuva é para se molhar, mas realmente não me animei muito em tirar a saída de praia (que já estava toda molhada mesmo rsrsr) para tomar banho na piscina natural. Fiquei até com frio rsrsrs


Nas piscinas naturais da Praia das Dunas - Sergipe.



Praia das Dunas - Sergipe.



Piscinas naturais - Praia das Dunas - Sergipe.



Piscinas naturais - Praia das Dunas - Sergipe. 



Lagoa dos Tambaquis:

A Lagoa dos Tambaquis também fica no município de Estância, antes de se chegar à Praia do Saco, vindo de Aracaju. É uma atração turística, principalmente para as crianças, mas os adultos podem se divertir também. Portanto, para quem está indo à Praia do Saco, vale uma paradinha lá sim, principalmente se estiver indo por conta própria (carro alugado, tour privativo etc.), já que nem todas as agências de turismo incluem a lagoa no traslado à Praia do Saco (peça pelo descritivo do tour, se fizer questão de parar na Lagoa).

O que a Lagoa dos Tambaquis tem de divertido é exatamente o que o nome do lugar diz: uma lagoa de tambaquis, que são uma espécie de peixe que pode atingir 90 centímetros de comprimento e 13 quilos de peso. Nessa lagoa, você pode alimentá-los com ração comprada no local (um saquinho custa R$2,00) e o resultado será um monte dos gorduchos peixes ao seu redor, querendo comer tudinho. Dá até para alimentá-los "na boquinha". Mas não são só os tambaquis que habitam a lagoa, há também outras espécies de peixes, mas que são bem pequenos. Infelizmente, em períodos de seca, a lagoa seca e muitos peixes morrem.

A Lagoa dos Tambaquis, que é a maior lagoa natural de Sergipe, fica numa propriedade particular com um restaurante e um bar (simples). Para entrar, é preciso pagar uma taxa de R$3,00 por pessoa (valor de janeiro de 2016).



A Lagoa dos Tambaquis fica a cerca de 10 km da Praia do Saco.


Crianças nadando na Lagoa dos Tambaquis. 


Olha aqui os gorduchos tambaquis de olho na comida.


Os tambaquis abrem um bocão, exibem seus dentes, mas só para pegar a comida. Não é preciso ter medo. 


Os maiores tambaquis conseguem colocar a boca para fora da água e você consegue alimentá-los um por um, colocando a ração dentro da boca deles. É divertido!


Alimentando os tambaquis na Lagoa dos Tambaquis.


Lagoa dos Tambaquis, em Estância, Sergipe.


Feliz no meio dos tambaquis!


Dando comida na boca de cada um dos peixes - Lagoa dos Tambaquis.


Olha a carinha deles!



Já de bocas abertas, prontos para comer a ração que você joga (ou dá na "boquinha") para eles! Lagoa dos Tambaquis - Sergipe.


Debaixo de uma cabana, bebendo ou comendo petiscos, os pais podem ficar observando as crianças nadando na Lagoa dos Tambaquis.


O bar na Lagoa dos Tambaquis. As mesas estão vazias porque o dia era de chuva... 

Data desta viagem: Janeiro de 2016 (portanto todos os valores indicados nesta postagem são condizentes com essa época). Para valores atualizados, consulte as agências de turismo.