Bordeaux, França

Chegando à cidade de Bordeaux.



Meus pais e eu dando uma volta pelas ruas da cidade.



As ruas estreitas são muito charmosas.


As mesas nas calçadas; cena típica da cidade.


Bordeaux tem um clima de sofisticação.


Monument aux Girondins, um dos mais altos monumentos de Bordeaux.


Este monumento é um dos mais famosos da cidade.


As esculturas desta fonte são lindas.


Bordeaux é uma cidade francesa muito acolhedora. E tão charmosa quanto Paris.


A cidade é uma das maiores produtoras de vinho do mundo.


Grands Hommes, ao fundo. Provavelmente o mais tradicional mercado da cidade.


Bordeaux é um destino muito procurado para turismo e produções cinematográficas.
Visitei Bordeaux com meus pais em 1999 durante uma excursão com a agência de viagens Abreu. Além da França, a excursão incluía Espanha e Portugal. Começamos com 3 dias em Paris e, depois, metade do dia em Val de Loire, onde conhecemos os Castelos de Chambord e Chenonceau (clique em Val de Loire, França, arquivado em setembro, 2008), e a outra metade em Bordeaux, com pernoite. Muito conhecida pelos seus excelentes vinhos, a cidade de Bordeaux me surpreendeu. Tendo acabado de visitar Paris pela primeira vez, eu não esperava que outro lugar na França fosse me encantar tanto quanto a “Cidade Luz”. Muitos devem ter feito a mesma comparação para a cidade vir a ser chamada de "Mini Paris", ou "Little Paris", em inglês. Assim como Paris, Bordeaux é uma cidade linda e com ar de sofisticação.

Quando digo que Bordeaux me surpreendeu é por dois motivos: achei a cidade fascinante e não tinha nenhuma idéia do que encontraria. Antes da viagem, eu não tinha lido absolutamente nada sobre a cidade, nem mesmo visto fotos. Primeiro porque a cidade não é muito falada nas revistas de turismo e segundo porque, como eu estava viajando em excursão (a primeira de minha vida), achava que iria ser guiada o tempo todo. Mas quem já viajou em excursão sabe que não é assim. Quando chegamos a Bordeaux, o guia fez uma pequena descrição das atrações que íamos vendo pela janela do ônibus, mas as informações eram dadas muito rapidamente e, desta forma, também foram esquecidas. Depois do check-in no hotel, tivemos tempo livre na cidade, o que quer dizer que estávamos sozinhos para descobrir, meio por acaso, as preciosidades da região.

Viajar sem planejar o roteiro e sem conhecer as atrações do lugar tem dois lados: o positivo (tudo é, de fato, uma surpresa, pois os seus olhos não viram aquelas imagens nem mesmo em fotos) e o negativo (você não sabe o que está apreciando: o nome do monumento, a história, tampouco as visitas obrigatórias). Prefiro viajar com planejamento. Poderíamos ter feito um roteiro com a ajuda da recepção do hotel, mas nem tivemos tempo para isso. Quando demos conta, já estávamos andando “sem rumo” nas ruas de Bordeaux, tirando fotos daqui e dali, olhando as vitrines de lojas de marcas famosas e apreciando a Esplanade des Quinconces, na qual podemos admirar o Monument aux Girondins, que é uma linda fonte de bronze. A primeira imagem que me vem à mente quando penso em Bordeaux é exatamente este monumento. É claro que o seu nome eu só descobri depois, assim como sua história: é uma homenagem aos girondinos.

Outra coisa que me chamou a atenção em Bordeaux foram os restaurantes que também serviam os clientes nas calçadas. Falando assim, parece não ser nada demais. Porém, isso me pareceu ser uma característica da cidade. Vi em vários pontos pessoas comendo e bebendo ao ar livre, e conversando com semblante de tranqüilidade; um ritual que, em Bordeaux, revela um misto de descontração e elegância.

Inclusive, foi perto de um restaurante onde os garçons serviam ao ar livre que resolvi pedir informação a um homem que passava caminhando. Ele era provavelmente Bordelais, ou seja, bordalês (habitante de Bordeaux) e aparentava ter uns 45 anos. Já era noite, eu e meus pais não sabíamos direito chegar ao nosso hotel. Estávamos próximos, mas, já cansados, não queríamos errar para um caminho mais longo. Então, a minha pergunta foi, em inglês, como chegávamos ao Hôtel de Normandie. Ele, atencioso, me respondeu que estava indo em direção e que poderíamos acompanhá-lo. No pequeno percurso que caminhamos, conversamos em inglês e acho que um pouco em francês também. Meus pais, em silêncio. Só sabiam português.

Quando chegamos até seu carro, que estava estacionado, o francês nos convidou a entrar, pois nos daria uma carona até nosso hotel. Eu aceitei, mas meu pai, quando percebeu que iríamos de carona, recusou. Agradeceu, mas disse que não precisava. Na verdade, ele estava com receio, afinal vivíamos no Rio de Janeiro, uma cidade em que aceitar carona de desconhecidos pode ser uma atitude muito perigosa. O francês, quando percebeu a preocupação, mudou seu tom de voz. Nunca entendi francês tão bem na minha vida como naquele momento. Ele disse que se não tínhamos confiança, não era mesmo para entrarmos no carro. Que podíamos ir a pé, seguir em frente, e coisa e tal. Falou educadamente, mas num tom irritado.

Nunca vou me esquecer dessa história. Além do Monument aux Girondins, o que mais vem à memória quando me lembro de Bordeaux é esse episódio. Respeitei e entendo perfeitamente a preocupação de meu pai, que se sentia responsável por sua família e que estava num lugar totalmente estranho para ele. Não entendia uma palavra sequer de francês. Isso tudo já dá um sentimento de insegurança. Entretanto, eu não tive o mesmo receio porque, afinal de contas, fui eu que abordei o francês e não o contrário. Para mim, Bordeaux mostrou ser uma cidade não só de revelações encantadoras, mas também de pessoas solícitas.

Logo chegamos a pé ao nosso hotel, o Normandie, que fica perto de várias atrações (o Monument aux Girondins, por exemplo). O nosso quarto não era tão bom se comparado àqueles nos quais ficamos em Paris, Madri e Lisboa. Os hotéis nessas cidades foram excelentes. Mas o três estrelas Normandie foi satisfatório, principalmente para uma noite apenas.

Voltando a falar sobre o nosso dia em Bordeaux, terminamos indo dormir comentando a história da carona, que rende até hoje, como se vê. No dia seguinte, seguiríamos viagem para a Espanha.

Se você também fizer uma excursão que passe por Bordeaux, fique feliz porque você vai amar a experiência. Mas, lembre-se de que a cidade geralmente é incluída nos roteiros como lugar de passagem, portanto, o visitante terá somente uma noite de hotel. No dia seguinte, bem cedinho, as excursões já partem para outro destino. Logo, um conselho: como o tempo será pequeno na cidade, não deixe de montar um roteiro com antecedência para que você a aproveite ao máximo. As vinícolas de Bordeaux, por exemplo, são uma das atrações, mas você não terá tempo de conhecê-las se for a sua primeira vez na cidade. Pelo menos eu não abriria mão de conhecer o centro da cidade.

Descobri esses sites (em inglês) que podem ajudar na montagem do roteiro:

Este também é muito bom e em português:

Boa viagem à Meca dos Vinhos!




2 comentários:

Anônimo disse...

Regina tdo be?
Em maio vou a Paris e outras regioes, inclusive Bordeaux,não encontrava artigo sobre este lugar adorei seus relatos,se eu tinha duvida agora não tenho mais,
Obrigada Sandri

Regina Helena disse...

Olá, Sandri! Tudo bem? Que bom que você conhecerá Bordeaux. Você vai adorar a cidade! Guardo ótimas lembranças de lá. É muito difícil mesmo achar artigos sobre essa região. Uma pena porque ela merece destaque. Boa viagem e depois me conte o que achou de lá! Abraços.